Dr.Otacilio Cassiano Neto

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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Presidente do Luverdense revela passado torcedor com Tite

Helmute Lawish, presidente do Luverdense
Há 29 anos, Helmute Lawisch deixou Santo Ângelo (RS) para fazer faculdade de agronomia em Santa Maria (RS). Há 25 anos, já formado, chegou a Lucas do Rio Verde (MT) para trabalhar. Há 12 anos, viu de perto e chorou de alegria com o Grêmio de Tite, na época seu clube do coração, na decisão contra o Corinthians pela Copa do Brasil. Há nove anos, fundou o Luverdense. Há oito, assistiu a um jogo do Grêmio pela Série B, ao lado do treinador corintiano, na época recém-demitido por Kia Joorabchian. Fatos que relembram a trajetória do presidente, que hoje leva com o próprio bolso e o coração a equipe mato-grossense, prestes a fazer o maior jogo de sua história, nesta quarta, contra o Timão, pela oitavas de final da Copa do Brasil.

- Desse jogo para frente, será outra dimensão. Digo que somos um time amador melhorado. Nossa casa é humilde, mas cheirosa. Nós acreditamos que podemos ganhar, mas somos humildes - reforçou, por várias vezes.

No primeiro contato com a reportagem do Lancenet, o dirigente mal cumprimentou e já disse: "Vamos dar uma volta de carro para eu mostrar a cidade". Logo, avisei que entrevistaria um jogador. "Ele tem tempo para esperar, eu não. Mais tarde, o pessoal vai colocá-lo em contato com ele", respondeu.

Ele havia acabado de dar uma palestra para jogadores e comissão técnica, após o treinamento no estádio Passo das Emas, palco do duelo. No último domingo, o Lec venceu o Santa Cruz por 3 a 1. "Faço sempre que acho que precisa", disse, sem querer revelar o conteúdo às vésperas do jogo contra o Corinthians. "Sabe que eu esqueci? Tenho memória curta (risos)". O estilo parceiro se mistura com o autoritário, como também age em suas fazendas. Na última semana, após a derrota por 4 a 0 para o Águia de Marabá, pela Série C do Brasileirão, ele demitiu dois jogadores que não estavam comprometidos. "De vez em quando, é preciso fazer algo para acordar o grupo".

Em 2001, não houve quem o segurasse para sair de Lucas do Rio Verde até Porto Alegre para acompanhar a primeira final da Copa do Brasil - o Grêmio bateu o Corinthians após empate por 2 a 2 no Olímpico e vitória por 3 a 1 no Morumbi. No trajeto Cuiabá-São Paulo-Porto Alegre, vestido de tricolor gaúcho, ele encontrou com torcedores organizados do Corinthians.

- Teve um que me mostrou a bunda, me chamou de gaúcho filho da p... (risos) - relembra.

Em janeiro de 2004, apaixonados por futebol, ele e um grupo de amigos decidiram fundar um clube em Lucas do Rio Verde. A ideia surgiu depois de uma provocação de outro amigo, torcedor do União Esporte Clube, de Rondonópolis (MT). Ele chegou a passar alguns dias no Grêmio conversando com profissionais, entre eles o ex-diretor Rodrigo Caetano.  

No ano seguinte, o presidente estava em São Paulo a trabalho e aproveitou para ver o duelo entre Portuguesa e Grêmio, pela Série B. Nas arquibancadas do Canindé, conheceu Tite, que havia sido demitido do Corinthians por Kia Joorabchian, ex-presidente do MSI. Ambos viram o jogo como torcedores do Grêmio. Tempos depois, o treinador ligou para Helmute e indicou o ex-volante Dinho para ser técnico do Luverdense. E assim também o fez com Nestor Simionato, que comandou o LEC em 2008.

(diploma da faculdade de agronomia de Santa Maria-RS)
Agora, em 2013, Helmute e Tite estarão em lados opostos. O presidente do Luverdense garante que já é um "ex-gremista" e nem liga com o duelo Grêmio x Santos, cujo vencedor enfrentará o vencedor de LEC x Timão. Com diversas propriedades na cidade, ele banca a maior parte dos vencimentos do clube do próprio bolso. Os patrocinadores pouco contribuem financeiramente. De uns tempos para cá, a realidade começou a mudar. Só para o duelo contra o Corinthians, o espaço do peito foi comercializado por R$ 50 mil para os jogos de ida e volta. Por já ter alcançado as oitavas de final da Copa do Brasil, o clube projeta R$ 2 milhões de lucro.

Após ver o clube do coração se sagrar bicampeão mato-grossense (2009 e 2012), e chegar à oitavas de final inédita na Copa do Brasil, o dirigente pode estar de saída. Vice-presidente da Federação Mato-Grossense de Futebol (FMF), ele projeta suceder Carlos Orioni, atual presidente, e então deixaria o LEC, para seu vice assumir, após nove anos. Com o papel cumprido.

- Para nós, o acesso à Série B é muito mais importante do que a Copa do Brasil. Sem dúvida. E esse ano tenho fé que vai subir - disse, lembrando que o Luverdense é o segundo colocado do Grupo A, com a mesma pontuação que o Sampaio Correia-MA.

Fonte: Lancenet

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