Foi prolongada de 16 para 30 anos a duração do fundo criado para receber
todas as receitas do futuro estádio corintiano até o clube pagar os custos da
obra. A alteração foi publicada no caderno empresarial do Diário Oficial do
Estado de São Paulo no último dia 2.
Inicialmente, o Corinthians
estabeleceu 16 anos para o fundo existir por um ano a mais do que o tempo
estipulado para pagar ao BNDES (13 anos, após dois de carência). Enquanto o
Arena-Fundo de Investimento Imobiliário FII estiver na ativa, a receita gerada
pelo Itaquerão será toda repassada para esse fundo. Isso apesar de o estádio ser
explorado e administrado pelo Corinthians. O clube não é o principal cotista.
Odebrecht e Jequitiba Patrimonial, especializada em administração de obras,
dividem esse posto.
O Corinthians, porém, nega que tal situação diminua
seu controle sobre a arena. E explica que receberá cotas conforme pagar a
dívida. Assim, ao final, será o único cotista.
Segundo o clube, a
mudança foi pedida pelos cotistas e é uma prática normal no mercado. A alegação
é de que o fundo precisa durar bem mais do que o financiamento obtido junto ao
BNDES para a construção do estádio. Se o fundo acabar e o financiamento não for
pago, os tomadores dos empréstimos em nome do Corinthians não têm de quem
cobrar.
Com a alteração, o dinheiro também estará a salvo, caso o
Corinthians tenha problemas como uma grande dívida ou se perder um processo
milionário nas próximas três décadas, conforme a versão do alvinegro.
Os
responsáveis pelo projeto do lado corintiano negam que o prazo tenha sido
prorrogado para aumentar o tempo que o clube terá para pagar a dívida. Asseguram
que o compromisso continua sendo de quitar os cerca de R$ 820 milhões
necessários para a construção em 15 anos.
Um dos envolvidos na operação,
porém, disse ao blog que acredita ser difícil vender os Cids (títulos emitidos
pela prefeitura) por R$ 420 milhões, valor máximo estipulado. A negociação dos
papéis é uma das formas de a Odebrecht ser paga pela obra.
Se a soma da
quantia obtida com os Cids e a venda dos naming rights não atingir os R$ 820
milhões, o que faltar terá de ser pago com a exploração do estádio. E há o risco
de o prazo passar dos 15 anos.
Além das receitas, o Corinthians cedeu ao
fundo, enquanto ele durar, o terreno que recebeu da prefeitura. Uma consultoria
jurídica deu um parecer favorável à operação.
O clube alega também que
será estipulado um valor anual a ser pago por ele para quitar o débito. Se as
receitas superarem a quantia necessária, o que sobrar pertencerá ao Corinthians,
apesar de o dinheiro ir para o fundo. E que há uma discussão com os cotistas
sobre se, nesse caso, a sobra pode ser usada livremente pelos corintianos ou
deve ficar como reserva para o pagamento seguinte.

Fonte: Uol
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