Com as obras iniciadas em maio de 2011, a Arena Corinthians já vale R$
384,709 milhões. Esse valor está registrado em relatório oficial do fundo que
controla o estádio do Corinthians e da abertura da Copa-2014, obtido pelo UOL
Esporte. O documento, de agosto, é o último com informações ao mercado.
A
reportagem apurou que o montante refere-se ao total investido na construção da
Arena Corinthians, nome que consta no relatório. O orçamento para toda a obra é
de R$ 820 milhões, mais cerca de R$ 50 milhões a serem gastos em instalações
provisórias. Metade do valor será financiado por empréstimo do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e metade por incentivos fiscais
da prefeitura de São Paulo.
O valor do estádio tem crescido de forma
exponencial neste ano, pois leva em conta justamente o andamento do projeto, que
tem sido rápido. Assim, a valorização da arena é de 194% em apenas 10 meses,
partindo de um valor inicial de R$ 97,5 milhões.
O estádio corintiano
pertence ao Arena Fundo de Investimento Imobiliário, registrado na CVM (Comissão
de Valores Mobiliários). A empresa foi criada em dezembro de 2011 como parte da
operação financeira para viabilizar as obras.
O Corinthians, por
enquanto, não tem participação no valor da arena. O principal sócio do fundo é a
Arena Itaquera S/A, registrada na Junta Comercial e que detém os 386,2 milhões
de cotas seniores do fundo. Essa empresa tem como sócios e diretores
registrados: Rodrigo Boccanera Gomes e Mauricio da Costa Ribeiro.
Mas
isso não significa que eles são donos do estádio. Na verdade, eles são da BRL
Trust, que faz a gestão de toda a operação financeira da arena. Essa empresa foi
contratada pela Odebrecht e recebe R$ 75 mil mensais pelo serviço.
Embora
não fale oficialmente sobre o assunto, fontes da construtora informam quem esta
deu garantias para viabilizar os dois empréstimos bancários para tocar a obra
–ainda foram usados recursos próprios dela. Ou seja, é a empresa quem viabilizou
o crescimento do valor do estádio. Assim, será ela que terá direito a rendas
dele para pagar por seus serviços.
Outro que terá direito sobre as
receitas da arena, na frente da fila, é o Banco do Brasil, que servirá como
intermediário do empréstimo a ser feito pelo BNDES. A operação está travada e em
negociação no momento. Quando sair, o banco também se tornará cotista sênior do
estádio.
O Corinthians, por enquanto, desempenhará o papel de cotista
júnior do fundo do Itaquerão. Já foram emitidas R$ 268 milhões de cotas juniores
para o clube, mas ainda falta integralizá-las, ou seja, torná-las efetivas. A
expectativa é de fique com 470 milhões dessas cotas para os
corintianos.
Nesta arrumação societária, o clube do Parque São Jorge terá
direito de receber rendas da arena após ser descontado o dinheiro para pagar
parcelas do empréstimo do BNDES e também a quitação dos investimentos feitos
pela Odebrecht.
“Também teremos o direito de comprar as cotas seniores
conforme for sendo pago o empréstimo. É como um financiamento. No final, vamos
ficar com todas as cotas seniores e o estádio será nosso”, explicou o
vice-presidente do Corinthians, Luis Paulo Rosemberg. Esse processo vai demorar
o prazo que durar o empréstimo.
Até o momento, ainda em construção, o
estádio corintiano não gera rendas. Pelos relatórios mensais, a rentabilidade do
fundo foi negativa em oito dos dez meses de existência. A expectativa do clube
para o futuro é bem otimista. Tanto que, quando fala sobre o valor do estádio no
futuro, Rosemberg diz que esse atinge R$ 470 milhões.
Não leva em conta o
que foi construído até agora. Seu número é uma espécie de expectativa de lucro
com o estádio. Ou seja, o valor é a projeção de sua arrecadação em um prazo em
torno de 10 anos, menos o valor que terá de pagar pela obra.
O montante
real atual, no entanto, é baseado apenas no que existe de concreto: estruturas
metálicas, arquibancadas e cobertura postas até agora na área de
Itaquera.
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