
O
Corinthians será tema de um filme de ficção científica, a ser lançado
em 2015. O longa, com exatos 90 minutos, se passará em 2110 e tratará o
clube do Parque São Jorge como o maior do mundo, em uma trama que
envolve volta ao passado, corrida contra o tempo a algumas pitadas de
história alvinegra.
A ideia está sendo tocada pela Lumix Art
Films, produtora de Lion Andreassa e Aleksander Lima, coautores do
argumento. O filme já foi aprovado pela Ancine e poderá captar R$ 3,6
milhões em dedução de imposto de renda pela Lei de Audiovisual.
O
projeto já tem título e parceiros definidos. O longa se chamará "Nova
Era: Corinthians" e será distribuído pela Europa Filmes. O próprio
Corinthians licenciou o longa como um produto oficial, embora não
participe diretamente da produção.
O roteiro, assinado por
Alexandre Novaski e Nanci Pittelkow, é ousado. Nele o Corinthians é o
líder de um cenário de pujança. "Nós não queremos aquele apocalipse dos
filmes de Hollywood. No nosso filme, a fome foi erradicada e as guerras
acabaram. Quando todos estão bem, é ainda mais difícil você ser o
melhor", disse Aleksander Lima, em entrevista ao UOL Esporte.
A
dinastia alvinegra, segundo o roteiro, foi construída graças a um
intenso processo de internacionalização da marca durante o segundo
centenário. Nesse cenário futurístico, o Corinthians contrata um
cientista, George Stevens Lima, para recriar qualquer período da
história por meio do que os produtores chamam de um "dispositivo
neural".
"Não é exatamente uma volta no tempo. Nós queremos
trabalhar com a ideia de vivenciar. Com a máquina, o personagem vai
poder recriar qualquer período da história do clube", disse Lion
Andreassa.
Só que o dispositivo ainda não está totalmente pronto,
e George vai testá-lo sem o que eles chamam de "travas de segurança",
que impedem que o usuário interfira na realidade. O procedimento é
arriscado e faz com que o cientista inicie uma corrida contra o tempo,
atingindo o ápice da história.
O orçamento disponibilizado pela
Ancine, segundo os produtores, deve cobrir todos os custos do filme.
Lion e Aleksander fazem planos ousados no mercado, embora os resultados
de filmes com temática futebolística anteriores sejam proibitivos.
A
aposta da dupla é que uma história de ficção científica, algo inédito
no mercado, conquiste os torcedores de todos os clubes. Nem mesmo a
projeção de um Corinthians "dono do mundo" deve, na visão dos
produtores, causar rejeição em quem não é corintiano.
"Tem
elementos que também buscam agradar o anti-corintiano", diz Lion. "Essa é
a parte principal de nosso projeto de marketing. Um documentário só o
corintiano assiste, uma ficção não", complementa Aleksander.
Veteranos
dessa indústria, porém, são mais reticentes. "O intelectual brasileiro
não se interessava por futebol, não é algo que chame muito a atenção de
quem trabalha com cinema. Conheço pouquíssimas que trabalharam com o
tema. E você tem um pouco de dificuldade com o elemento feminino. Acho
um pouquinho mais difícil [fazer filme sobre futebol]", disse Ugo
Giorgetti, autor de "Boleiros".
"Não sei se um filme, por ser de
ficção, pode dar certo, mas se ele se cercar de bons roteiristas, bons
elencos, pode ser. O principal é ter uma história. No meu caso tinha uma
história de amor bonita, da pessoa não poder amar o filho do inimigo",
disse Mário Prata, autor do livro que deu origem ao filme "O Casamento
de Romeu e Julieta", que retrata a paixão de um corintiano e uma
palmeirense.
Na obra de Prata, os globais Marco Ricca e Luana
Piovani estrelaram a comédia romântica, que ainda teve Luiz Gustavo como
coadjuvante. No caso corintiano, a ideia é que, novamente, atores de
primeiro nível estejam na produção, que não teme ser afetada por uma
eventual má fase do time em campo.
"O Corinthians iniciou um
processo que não tem como parar. Ele é de crescimento e
internacionalização. A queda faz parte, mas mesmo assim o time ganhou
dois títulos este ano e está com notoriedade no mundo todo", disse Lion.
A
produção está prevista para o primeiro semestre de 2015, e os
produtores falam em quase 400 salas de cinema, número bem alto. O
primeiro "Tropa de Elite", por exemplo, estreou em cerca de 170 salas, e
surpreendeu pelo bom resultado. A sequência, porém, já saltou para 600
espaços.
Fonte: UOL Esporte
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