Dr.Otacilio Cassiano Neto

Dr.Otacilio Cassiano Neto

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Oficina discute a formação técnica dos Agentes Comunitários de Saúde .

A primeira proposta de formação técnica dos ACS previa uma capacitação introdutória de 80 horas, mas ainda não apresentava um projeto profissionalizante para esses trabalhadores. Após críticas e debates com as instituições de ensino envolvidas na formação desses profissionais, foi formulada uma segunda proposta, com 320 horas de formação e mais abrangente, mas ainda de caráter inicial e sem profissionalização. Em 2004, os ministérios da Educação e da Saúde publicaram o Referencial Curricular para a Formação Técnica do ACS. O documento prevê a formação em três etapas, com 1.200 horas, com a proposta de uma formação técnica e profissionalizante associada à elevação de escolaridade dos ACS e de construção de possibilidades de remuneração e de regularização do vínculo. “A aprovação do Referencial foi uma vitória até certo ponto porque a política não foi formalmente substituída e o Ministério da Saúde financia apenas a primeira etapa do curso técnico de ACS, conforme exigência da Lei 11.350. Os gestores alegam receio de haver demanda por aumento salarial e preocupação com uma possível descaracterização do perfil social do ACS”, destacou Márcia, acrescentando: “O Referencial continua valendo como diretriz política, mas permanece inviabilizado pela falta de investimento de recursos financeiros para a sua completa implementação, salvo os locais que prescindem desses recursos e nos quais o projeto político de formação técnica para os ACS tem prevalecido”.

Curso
A formação completa dos ACS, em três etapas, já é oferecida pela EPSJV, que desenvolve um projeto-piloto em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro e o Centro de Saúde - Escola Germano Sinval Faria da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (CSEGSF/ENSP/Fiocruz). Os alunos do Curso de Educação Profissional de Nível Técnico para Agentes Comunitários de Saúde da EPSJV são ACS que trabalham na região de Manguinhos, na cidade do Rio de Janeiro.

O curso da EPSJV foi iniciado em outubro de 2008 e a Etapa Formativa I foi concluída em julho de 2009. A segunda etapa começou em setembro de 2009 e deve ser concluída em novembro de 2010. O curso completo tem 1.200 horas-aula e a Etapa Formativa III seja realizada em 2011. Serão formados 30 ACS, que serão os primeiros do estado do Rio de Janeiro a receberem a formação completa.

A formação completa dos ACS em três etapas também já acontece no Acre e no Tocantins. Em 2008, a Escola Técnica de Saúde Gismar Gomes, do Tocantins, concluiu a formação de 2.800 ACS, que foi realizada em 18 municípios. Parte do curso foi financiado pelo Ministério da Saúde e o restante pelo governo estadual. Atualmente, a Escola se prepara para iniciar uma nova turma, mas, dessa vez, apenas com o ciclo básico. “Não temos avaliações formais, mas o que percebemos é que os ACS que receberam a formação completa têm mais compromisso com o trabalho e mais entendimento de suas funções”, disse Inez Gonçalves, técnica da Diretoria Pedagógica da ETSUS Tocantins.

Na Bahia, a formação é feita em duas etapas e no restante do país o que predomina é apenas a formação inicial, como acontece na Escola Técnica de Saúde de Blumenau (SC), que oferece uma formação de 400 horas, com financiamento do Ministério da Saúde. Em 2007, foi formada a primeira turma de 800 ACS e, em 2010, uma nova turma, com mil agentes irá concluir o curso inicial. “A formação completa seria melhor porque promoveria a profissionalização e a regularização do ACS”, disse Maria de Fátima Campos, enfermeira docente e coordenadora pedagógica do Curso de Cuidadores de Idosos da instituição. “O curso em três etapas também melhora a qualidade de vida da população porque melhora o trabalho do ACS. Além disso, forma um trabalhador mais crítico”, disse Liane Girolano, coordenadora técnica do curso de ACS na região da Foz do Rio Itajaí.

Oficina
Durante a oficina ‘Formação Técnica do Agente Comunitário de Saúde: currículo e material educativo’, os representantes das ETSUS fizeram relatos e trocas de experiências sobre as estruturas e os conteúdos dos cursos técnicos de ACS oferecidos nas escolas, debatendo sobre as dificuldades e potencialidades da formação dos ACS.

Na oficina, também foi elaborada uma proposta de um evento nacional, a ser realizado em 2011, para discussão sobre pesquisa, ensino e cooperação na formação técnica do ACS. Outro resultado do encontro foi o encaminhamento para a construção de uma rede de comunicação e colaboração para a formação técnica dos ACS.

Divulgação: Mobilização Nacional dos Agentes de Saúde - MNAS
Uma mega rede voltada aos Agentes de Saúde coordenada por Samuel Camelo

Blog: www.mobilizacaonacional.kit.net/blog
Twitter: twitter.com/AgentesdeSaude
Site: www.mobilizacaonacional.kit.net

Fonte na web: www.epsjv.fiocruz.br

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