- 13/04/2016 22h21
- Brasília
Ivan Richard e Iolando Lourenço - Repórteres da Agência Brasil
Ex-presidente da Câmara e um dos principais articuladores do governo contra o processo de impeachment,
o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), minimizou hoje (13) a decisão de
partidos da base aliada de apoiar, no próximo domingo (17), o parecer
pela admissibilidade do afastamento da presidenta Dilma Rousseff. Entre
ontem (12) e hoje, PP, PSD e PTB anunciaram encaminhamento de votação
favorável ao impeachment.
Chinaglia lamentou a decisão
das bancadas na Câmara, mas ressaltou que o governo já não contava com
muitos dos votos dessas legendas. “Aqueles que estão saindo, na verdade,
nunca entraram no cálculo. Vocês podem perguntar: uma bancada tão
grande como a do PP, com 51 parlamentares? Mas quem disse que nós
contávamos com aqueles deputados que eram anunciados por quem quer que
fosse. Em outro momento, poderei mostrar anotações antigas e as pessoas
vão perceber que as coisas não são como parecem. Ninguém está iludido”,
disse o petista.
Segundo
Chinaglia, os votos que o governo perdeu com a debandada do PP, por
exemplo, foram recuperados em articulações com outros partidos de ontem
para hoje. “Aquilo que nós perdemos com o PP, é bem provável que
recuperemos com o PDT”, comparou.
Chinaglia reconheceu o impacto negativo do apoio de partidos da base aliada ao impeachment. No entanto, disse acreditar que esses anúncios fazem parte de uma estratégia para inflar o apoio pró-afastamento de Dilma.
“É claro que quando um partido da base, mesmo dividido, manifesta apoio majoritário ao impeachment,
cria um impacto. Mas costumo brincar que não podemos nos assustar com
trovão, porque ele não machuca ninguém. Acho que esse alarido é uma
tentativa de desestabilizar o nosso time. Não conseguirão, em absoluto.”
Para
o petista, as decisões partidárias “nem sempre” vão às últimas
consequências. “Há ainda uma margem de conversa civilizada”. Uma prova
disso, segundo ele, é o fato de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), optar por fazer a votação começando pelos estados da Região
Sul e não por ordem alfabética.“Vou dar um exemplo do porque não está decidido [o placar]: por que o presidente da Câmara, em vez de agir com imparcialidade e colocar [a votação] por ondem alfabética, começará pelo Sul e não pelo Norte? Ele quer criar um impacto. Sabemos que nos estados do Sul e do Sudeste, especialmente São Paulo, o voto favorável ao impeachment é muito maior. Se estivesse tudo tranquilo [a favor do impeachment], não haveria essa interferência”, argumentou.
Edição: Luana Lourenço
fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/politica/noticia/2016-04/chinaglia-minimiza-saida-de-partidos-da-base-para-apoiar-impeachment
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