Dos cinco reais por semana à titularidade no Corinthians sem alardes. O gol
de um dos times mais populares do país foi assumido por um rosto pouco conhecido
do grande público até o início do ano, mas que conquistou o coração dos "bandos
de loucos" durante a campanha do título inédito da Libertadores. E tudo começou
com uma história de muita humildade. Uma rotina dura de trabalho no lava-jato do
tio João Carlos marcou a juventude do goleiro Cássio.
- Eu ganhava R$ 5,00 por semana e trabalhava bastante. Era muito novo, mas
meu tio me ajudava muito, dava luva, chuteira, ajudava minha mãe a comprar
lanche do mês - lembra o camisa 24 do clube paulista.
Sucesso no Corinthians
A carreira no futebol começou no Grêmio. Logo, despertou a atenção dos
holandeses do PSV, que o contrataram. De volta ao Brasil, Cássio assinou com o
Corinthians. Reserva de início, ganhou a posição de titular durante a
Libertadores, competição em que se destacou, principalmente após o confronto com
o Vasco, nas quartas de final. O goleiro se destacou por ter defendido um chute
de Diego Souza, no jogo da volta.
- Acho que foi a mais importante da minha vida, até pela situação do clube -
avaliou.
Orgulho familiar
Sem muita variedade de comida em casa, pelas dificuldades, Cássio foi criado
na base do arroz com feijão. Como todo jogador, teve na bola uma companheira
inseparável na infância, seu único brinquedo, do qual se orgulha muito. Mas,
mesmo com todos os obstáculos enfrentados, o goleiro só guarda boas
lembranças.
- A gente não podia escolher. Não podia querer comer carne a semana inteira
ou alguma coisa, porque não tínhamos condições. No começo, eu jogava sem luva e
de tênis mesmo. São essas coisas que eu gosto de lembrar, para não me esquecer
de onde eu saí. As melhores lembranças que tenho vêm da minha infância - recorda
Cássio.
Graças ao dinheiro que o goleiro recebeu quando jogou na Holanda, realizou um
dos seus principais sonhos: comprar uma casa nova para a mãe, que hoje fica ao
lado da antiga.
- Eu chamei o arquiteto e o coloquei sentado com a minha mãe. Pedi para ele
fazer a casa do jeito que ela quisesse. Isso para mim foi um momento muito
feliz. Depois, quando ficou pronta, foi especial dar a casa para minha mãe do
jeito que ela queria. Foi a maior conquista que eu tive - relembrou o
goleiro.
Ausência do pai
Cássio não conhece o pai e nunca foi atrás de informações. Na hora de tocar
no assunto, o atleta é sucinto e lembra que não guarda mágoas, sobretudo pela
estrutura que a família lhe proporcionou.
- Todas as pessoas da minha família que tiveram perto de mim, me deram muito
carinho, não deixou fazer falta na minha vida. Meu tio foi um pai para mim. Meu
avô, que já morreu, também - explica.
Fonte: Globo Esporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário