Nesta terça-feira (19), um dos maiores ídolos da história do Corinthians
completaria 59 anos de idade. Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de
Oliveira, o Doutor, ficou marcado na memória alvinegra por ter sido protagonista
dentro e fora dos gramados. Em um momento delicado da política brasileira,
Sócrates liderou a Democracia Corinthiana e tornou-se ícone da luta pela
liberdade.
Nascido em Belém-PA, o Doutor despontou para o futebol em Ribeirão Preto-SP.
Nos últimos meses de 1973, então com 19 anos e estudante da Faculdade de
Medicina de Ribeirão Preto, Sócrates decidiu se profissionalizar como jogador,
mas sem abandonar o curso de medicina. A dupla jornada deu certo. Sócrates se
formou em 1977 e, no ano seguinte, saiu do Botafogo-SP para transferir-se ao
Corinthians.
Logo no primeiro ano no Timão, Sócrates fez sucesso ao refazer a dupla com o
atacante Geraldão, seu ex-companheiro do Botafogo-SP. No segundo ano, em 1979, o
Doutor foi uma das figuras importantes da conquista do Campeonato Paulista,
tendo inclusive marcado um gol na vitória por 2 a 0 sobre a Ponte Preta, na
final do torneio.
© Rodolpho Machado/Placar
Doutor foi um dos grandes destaques na conquista do bicampeonato paulista entre 1982 e 83
O começo foi bom, mas os anos gloriosos de Sócrates no Corinthians vieram
apenas no início da década de 1980. Enquanto a Ditadura governava o Brasil com
um punho de ferro, Sócrates levantava seu punho direito pela liberdade e
participava ativamente da Democracia Corinthiana. Com o lema 'Ganhar ou perder,
mas sempre com democracia', o movimento buscou a abertura política,
descentralização do poder e a modernização da administração no Parque São Jorge.
Naquele memorável Corinthians de Doutor, Casagrande, Zenon, Biro-Biro, Zé
Maria, Wladimir e cia., todos tinham o direito de opinar nas decisões internas e
o voto de cada um, independentemente do cargo, possuía o mesmo valor. A
ideologia, além de ter influenciado na política nacional, deu frutos dentro de
campo, pois o esquadrão corinthiano foi bicampeão paulista em 1982/83. Sócrates
marcou o gol que garantiu o bi na vitória por 1 a 0 sobre o São Paulo.
© Arquivo Placar
Dos quatro gols marcados por Sócrates na maior goleada da história do Brasileirão (10 a 1 contra o TIradentes), dois foram de pênalti; Na imagem, o Doutor parte para a cobrança que empataria a partida em 1 a 1
Naquele mesmo ano, o democrático Corinthians enfrentou o modesto
Tiradentes-PI no estádio do Canindé e escreveu mais uma página na história do
futebol nacional. O placar elástico de 10 a 1 é, ainda hoje, a maior goleada do
Campeonato Brasileiro. Na ocasião, Sócrates marcou três vezes apenas no primeiro
tempo e o Timão foi para os vestiários com a vantagem de 5 a 1. No segundo
tempo, o Doutor anotou mais um e o Alvinegro foi nota dez.
No Timão, o Calcanhar de Ouro jogou por seis anos. Disputou 298 jogos, marcou
172 gols e foi tricampeão paulista (1979, 1982 e 1983). Em 1984, com a
transferência do Doutor para a Fiorentina (ITA), teve fim a vitoriosa Era
Sócrates no Corinthians. Mas sua imagem está guardada na memória do torcedor
corinthiano, tanto por sua forma de jogar quanto pela sua atuação política e seu
jeito irreverente. Sócrates estará eternamente em nossos corações.
Fonte: Site Oficial do Corinthians
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